Os Boletos são os cogumelos típicos, com chapéu e pé crescendo directamente no solo das florestas e matagais, podem apresentar a sua superfície fértil (himénio) sob a forma de pregas, espinhas, lâminas ou poros. Neste último caso, o cogumelo é habitualmente identificado com um “boleto” mas essa designação está longe de ser sempre correcta. Na verdade, se a grande maioria dessas espécies pertence realmente à família das Boletáceas, outras são incluídas em famílias bem diferentes. Trata-se assim de uma solução evolutiva convergente para o mesmo problema fundamental: como proteger, multiplicar e disseminar os esporos de uma forma o mais eficaz possível.
Os verdadeiros boletos são cogumelos geralmente robustos, com o chapéu quase sempre ultrapassando os 20 cms de diâmetro. Ao ser cortada a carne, branca ou amarelada, pode mudar de cor adquirindo um tom azulado mais ou menos intenso, o mesmo então sucedendo com os tubos. Entre as espécies que nunca azulejam, o destaque vai para o boleto-bronzeado (Boletus aereus) e o tortulho (Boletus edulis), dois dos cogumelos gastronomicamente mais apreciados e que surgem em sobreirais, azinhais ou estevais. Excelente comestível é também o boleto-real (Boletus regius), de bonito chapéu vermelho-rosado e cuja carne por vezes azuleja levemente.
Outro cogumelo bastante apreciado é o boleto-baço (Boletus impolitus), comum em montados e estevais, facilmente identificado pelo cheiro forte a iodo do pé, o qual não deve ser consumido.
No grupo dos boletos que azulejam claramente, incluem-se várias espécies algo tóxicas como o boleto-diabólico (Boletus satanas) que prefere solos calcários de carrascais e se caracteriza pelo contraste entre o tom branco-acinzentado do chapéu e a cor vermelho-sangue dos poros. Aconselha-se aliás a rejeitar como alimento qualquer boleto cuja carne azuleje ao corte e possua poros avermelhados. Na verdade, existem outros cogumelos com tais características igualmente suspeitos de toxicidade, como é o caso do boleto-de-pé-vermelho (Boletus erythropus), que aparece em solos ácidos de pinhais e sobreirais, ou o boleto-pálido (Boletus luridus), também associado a sobreiros. Estas duas espécies são, no entanto, consideradas como bons comestíveis após fervura prolongada. Ainda assim, a ingestão de boleto-pálido quando acompanhada de álcool, pode causar sérios problemas.
info em http://www.almargem.org/images/articles/116/Boletos.pdf
fotos em www.maraoonline.com e www.trasosmontes.com
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